UFPA e Susipe discutem educação de presos no Pará. - Direito Penal e Democracia

Para ressaltar a importância sobre a educação de detentos, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e representantes da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe/PA) realizaram reunião sobre o tema, na manhã desta sexta-feira, dia 6, no gabinete da Reitoria. Entre os pontos discutidos no evento, estavam iniciativas que a Instituição tem realizado para contribuir com a educação nos presídios do Pará.

Estiveram presentes o reitor da UFPA, Carlos Maneschy; o superintendente dos Sistema Penitenciário do Pará, coronel André Cunha; a gerente da Divisão de Educação Prisional (DEP), Aline Mesquita; o diretor do Núcleo de Reinserção Social, Ivaldo Capeloni; e a professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED/UFPA), Socorro Coelho.
Durante a reunião, foi ressaltada a importância da criação pela UFPA do curso de Especialização de Jovens e Adultos Privados de Liberdade, que é coordenado pela professora Socorro Coelho. O curso foi criado no final de 2014, destinado a profissionais da educação que atuam nas instituições ligadas ao sistema de educação prisional no Pará.
Reinserção – André Cunha destacou que a maioria dos detentos entre 18 e 24 anos possui apenas o ensino fundamental incompleto, e frisou que a educação é importante para a reinserção social dos detentos. Segundo André, a educação em um ambiente de privação de liberdade não possui uma metodologia própria e que necessita de aperfeiçoamento pedagógico para criar projetos que atendam a essa necessidade.
A professora Socorro Coelho informou que a Universidade tem contribuído para a educação de detentos, por meio, também, do projeto de Extensão “Diálogos em Educação: A formação em Sala de Aula”. Sobre isso, ela afirmou que a formação de técnicos em educação é necessária para a elaboração de projetos pedagógicos próprios para o ensino nas casas penais. “A Universidade sai com uma importante frente para um setor que está relegado, de maneira geral, para o último plano”, explica.
Pessoas fragilizadas – O reitor da UFPA, Carlos Maneschy, destacou o papel da educação na vida de um privado de liberdade e como isso reflete no índice de violência. Segundo o reitor, “filhos de apenados são por natureza pessoas fragilizadas. A possibilidade dessas pessoas não irem para a escola ou não concluírem seus estudos pode, em algum momento, desencadear um surto maior de violência”. Diz, ainda, que “temos que ser otimistas para solucionar esse quadro por meio da educação.”
Oficina – Outra importante iniciativa é a oficina Projeto Pedagógico para Escolas nas Casas Penais, coordenada por Socorro Coelho, e que ocorre no período de 10 a 12 de novembro, no auditório da Susipe, no bairro do Comércio em Belém. O evento é destinado a técnicos em educação e gestores lotados na Susipe e que atuam com a educação de alunos privados de liberdade. O objetivo é prestar formação pedagógica para os que atuam nas penitenciárias da Região Metropolitana de Belém, Castanhal, Paragominas e Abaetetuba.
Fonte: Portal da UFPa