O Projeto “A UFPA e os Anos de Chumbo: memórias, traumas, silêncios e cultura educacional (1964-1985)” pretende fazer um acervo digital com base em depoimentos de professores, técnicos administrativos e ex-alunos da Universidade Federal do Pará. Este conteúdo refere-se à entrevista com o professor Egídio Machado Sales Filho, que comenta sobre sua participação em movimentos e ações contra a Ditadura Militar. Em 1971, Egídio ingressou no curso de Direito da UFPA. Sua percepção da vida política vem de sua ligação com jovens cristãos progressistas, ligados ao Cônego Raul Tavares de Sousa, orientador e fundador da Comunidade Católica Casa da Juventude (Caju). Egídio foi presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Secretário Municipal de Assuntos Jurídicos de Belém, no período de 1997 até 2004. Como advogado foi designado pela CPT para ajudar no caso dos padres e dos 13 posseiros do Araguaia, que foram presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Também, Egídio foi o único paraense envolvido no projeto do livro “Brasil Nunca Mais”, no qual são revelados os desafios enfrentados para construção de um relatório eficaz, que mesmo após 25 anos serve como guia para compreender a repressão política no país. Atualmente, Egídio é professor da UFPA, especialista em Filosofia Contemporânea. Na entrevista, Egídio fala sobre a formação dos estudantes, no período da Ditadura, que foi afetada pelo controle militar. Ele, ainda, faz um balanço dos movimentos que surgiram nos anos 1970 e que contribuíram para o enfraquecimento do Governo Militar.